quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não entendo quem não se apaixone

Pessoas.
Eis a coisa mais incrível e fascinante, mais complexa e linda do mundo!
Eu adoro as pessoas. Por isso não consigo entender, não consigo aceitar quem aja de forma casual, superficial... não consigo entender quem não se apaixona.

Eu me apaixono o tempo todo!
Cada mulher inteligente, exótica, moderna que conheço, PAM! O coração dá um tranco! As artérias se expandem, a boca saliva, o cabelo se eriça e a adrenalina se derrama na veia!

Quase nunca dou vazão a essa paixão. Deixo a pessoa ir embora, guardo na lembrança, sorrio e toco a vida. Mas à vezes não! Às vezes me faço ser visto, conhecido e (com sorte) consumido pela pessoa.

Quando a coisa chega nesse estágio eu sinto a paixão - vivo a paixão com a intensidade do fogo de uma caldeira. Nada dura pra sempre e se o fogo uma hora acaba, que queime muito enquanto estiver aceso. Que consuma tudo. Que nada reste!

Por isso não entendo quem se dê só um pouco, quem não se empolgue, não se entregue, não se jogue. Quem não sinta o medo de que ela não atenda a ligação, quem não sofra a dúvida se ela gostará do vinho. Quem não tenha receio de brochar na primeira transa.
Não entendo quem - estando apaixonado - não acorde já tendo de conter o ímpeto de pegar o telefone, tome o café pensando se ela gostaria de provar aquele sabor, tire o extrato do banco calculando se o saldo paga a conta do bom restaurante, do bom motel, do bom teatro, daquela jóia que você viu na vitrine e achou que combinaria com o pescocinho lânguido dela.
Não entendo quem não queira guardar intacta a jaqueta que foi emprestada e ficou impregnada pelo perfume. Quem não fique ansioso pela resposta ao sms, quem não abra o messenger de 10 em 10 minutos pra ver se ela já está on-line.
Não entendo e me recuso a aceitar quem não perca o apetite, o sono, o vôo marcado com uma semana de antecedência por causa de alguém que você conheceu há três ou quatro dias atrás e que te fez sentir-se vivo de novo. Fez sentir-se criança.
Um moleque ansioso que acorda cedo no dia 25 de Dezembro e olha embaixo da cama pra procurar o embrulho do presente de natal.

Não. Eu não entendo e me irrito com quem não vê o milagre que é ter permissão de inserir-se na boca e no sexo de um terceiro. Quem não percebe que é mágico encontrar alguém que dispare automaticamente suas sinapses. Quem não note o inusitado de alguém estimular seu cérebro a se embebedar de feniletilamina. Quem não sinta o quão sagrado é ansiar dividir sua vida com alguém que - até agora a pouco - nem existia pra você.

Eu me apaixono. Muito, fácil, amiúde. Toda vez é a mesma coisa. E eu não me canso nunca!

4 comentários:

Pati disse...

Roubaste o tema do meu post! :P

Cynthia Gama disse...

Pena que seja um encantamento fugaz... mas que é determinante para o resto insosso de uma relação...

JAIRCLOPES disse...

Cara! Fantástico! Apaixonar-se e sofrer as consequências desses avassalador sentimento é normal, mas conseguir traduzir tudo em palavras é simplesmente genial. Gostei demais, ou d+ como dizem na web. Parabéns!

Adonay Esteves disse...

Pati! Roubei, amor, desculpa! Fazia uma semana que eu queria falar sobre isso e tava sem inspiração. Você me inspirou (a Tati Bernardi também) hahaha

Cynthia! "Encantamento fugaz" é o que há! Quando começar o insosso, pára e pula pra outro fugaz! A Pati, ali em cima, falou sobre esse aspecto de forma esplêndida no blog dela.

Jair! Obrigado! Seus elogios são sempre mais que elogios. Fico muito honrado que você tenha gostado!