sábado, 29 de junho de 2013

Duas ou três semanas

Se eu dissesse que eu não sinto falta dela, estaria mentindo. Se eu dissesse que, às vezes, deitado na cama, prestes a dormir, quando de repente a ilusão de seu cheiro surge na minha mente, mesmo que ela não tenha - nunca mais - posto os pés dentro de casa e me vem à cabeça a lembrança viva de suas perninhas finas apoiadas nas minhas ao longo da noite, eu não lamento profundamente o rumo que as coisas tomaram, eu estaria me enganando.
Se eu dissesse, enfim, que nunca torci pra que aquilo desse certo, mesmo com todas as chances de que desse catastroficamente errado eu estaria sendo absolutamente desonesto.
Se eu dissesse que, cada vez que vejo uma de suas fotos, sorrindo lindamente em meio aos amigos, resplandecendo com aquelas caras e bocas, aquelas expressões absolutamente sicilianas... se eu dissesse que não me comovo, eu estaria sendo estúpido.
Mas a vida tem seus próprios caminhos, seus meios canhestros de construir histórias, suas estradas tortuosas, sua forma peculiar de traçar os destinos e aquela foi só mais uma estranha, bela e rápida história de amor.


 Se eu dissesse que aquelas duas ou três semanas não ficarão pra sempre marcadas em mim, pro bem e pro mal, eu estaria enganado.

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