
Semana que vem estou saindo de viagem. Depois de seis anos de ausência estou indo visitar a cidade onde eu nasci e vivi 16 longos anos da minha vida. Estou ansioso mas sobretudo estou apreensivo. Muita coisa mudou nesses 6 anos e muita coisa ficou pra trás, pela metade, mal-contada, na minha história de 16 anos nessa cidade. E, é claro, nesta última semana comecei a pensar muito nessas histórias. Eu tinha uma amiga que conheci no primeiro ano do colegial. Ela era amiga de uma garota deslumbrante chamada Andressa.
Andressa tinha os cabelos compridos e lisos, os olhos verdes, grandes, uma boca gigantesca carnuda, vermelha e suculenta que parecia dançar a cada sílaba dita. Eu era louco pela Andressa. Mas ela nunca me dava qualquer brecha.
Então me aproximei de sua outra amiga. Lúcia não era nem de longe deslumbrante como a Andressa mas era bem mais acessível e poderia servir como um canal bastante eficiente pra que eu me aproximasse da outra. É claro que deu super certo a minha tática só que no percurso acabei vendo que tanto quanto era linda, Andressa era desinteressante. Em compensação sua amiga foi se tornando cada vez mais a MINHA amiga e em pouco tempo éramos unha e carne. Mesmo!
Nós dois não nos desgrudávamos nem depois da aula. Saíamos juntos, estudávamos juntos, fazíamos juntos os trabalhos escolares, as macarronadas de domingo, as sessões de filme de sábado e ainda passávamos as tardes sentados na rede batendo papo sobre mil coisas. Normalmente eu falava e ela ouvia, mas não era a regra.
Então, foi muito triste quando eu consegui meu primeiro emprego e precisei começar a estudar à noite. Passamos a ter menos tempo pra nós e isso fez com que nosso tempo juntos tivesse ainda mais valor.
Nós dois não nos desgrudávamos nem depois da aula. Saíamos juntos, estudávamos juntos, fazíamos juntos os trabalhos escolares, as macarronadas de domingo, as sessões de filme de sábado e ainda passávamos as tardes sentados na rede batendo papo sobre mil coisas. Normalmente eu falava e ela ouvia, mas não era a regra.
Então, foi muito triste quando eu consegui meu primeiro emprego e precisei começar a estudar à noite. Passamos a ter menos tempo pra nós e isso fez com que nosso tempo juntos tivesse ainda mais valor.
Não demorou muito pra que ela começasse a trabalhar e fosse estudar no noturno também, mas então eu já tinha começado a namorar e precisava dedicar algum tempo à minha namorada. Porém, a namorada já tinha sido devidamente avisada que a Lúcia era mais importante pra mim. Quando meu namoro acabou eu logo comecei outro mas entre eu e a Lúcia alguma coisa começava a mudar. Na festa de confraternização de fim de ano da empresa onde eu trabalhava, não levei a namorada. Levei a Lúcia.
Certa noite na escola, dia de prova, eu terminei a minha e fui liberado, então sentei lá fora e fiquei esperando minha namorada. A Lúcia tinha aula normal na classe dela mas me vendo ali, resolveu fazer companhia. Eu estava com fome e ela tinha comprado umas bolachas.
Certa noite na escola, dia de prova, eu terminei a minha e fui liberado, então sentei lá fora e fiquei esperando minha namorada. A Lúcia tinha aula normal na classe dela mas me vendo ali, resolveu fazer companhia. Eu estava com fome e ela tinha comprado umas bolachas.
Conversamos, comi as bolachas e eu estava meio triste porque o ano estava acabando e eu já sabia que em breve estaria me mudando pra outra cidade.
Parecia então a coisa certa dizer pra Lúcia que ela era a coisa mais importante da minha vida. Que ela era a minha alma gêmea incontestável. Que eu não existia sem ela e que, mesmo que estivesse indo embora, levaria uma parte dela comigo.
Parecia certo beijar a boca dela depois de dizer isso tudo e foi o que eu fiz.
Faltando cinco meses pra me mudar pra outra cidade, pra outro estado, comecei a namorar a Lúcia.
Um ano depois de eu ter me mudado, noivamos.
O casamento foi marcado pra Março de 2004.
Em Dezembro de 2003 eu cancelei o casamento porque tinha me apaixonado por outra guria na cidade em que eu morava.
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