sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tudo meu é muito

Quando eu amo, eu amo. Não existe meio-termo, não há como dissimular, não me cabe no peito.

Quando eu odeio, quando eu invejo, eu desejo a morte, eu rogo um câncer, eu quero estar perto pra ver o momento da queda. E rir. E cuspir na cara antes de virar as costas e ir embora.

Quando eu desejo eu quero, com tudo que há de força, de energia em mim. Anseio consumir, gastar, esgotar até a última gota, até não haver migalhas, até não sobrar pedra sobre pedra. Eu desejo e, se não tiver, adoeço.

Quando eu sinto ciúmes eu sou engolido, fico apaixonado, xingo, tenho ganas de meter as unhas na cara do objeto dos ciúmes. Quero cortar-lhe as pernas, trancar-lhe no quarto, acorrentado na cama pra que nunca mais saia e nunca mais me provoque essa cólera.

Quando eu me desapego é o limbo. É o nada. Uma pedra de gelo. Não me comovo, não me enfureço, não tenho piedade nem desejo o mal. Eu esqueço.
Tudo meu é muito. Tudo é de uma hora pra outra e tudo é definitivo. E isso é uma merda.

4 comentários:

Luna disse...

engraçado, parece coincidência mas eu tava escrevendo agora sobre minhas intensidades e sensibilidades. até me reli, pra não me repetir.

vai um trecho:

"respiro um amor que não vivo, porque o amor é minha paz e minha guerra. meu único medo é voar feito andorinha sozinha, sem fazer verão, e sem fio telegráfico pra pousar."

se tiver on line agora, me add no msn. iarals.costa@hotmail.com.

Unknown disse...

É tão reconfortante descobrir que não sou a única. Concordo, é mesmo uma merda. Faz a gente sofrer um bocado, quebrar a cara um bocado. Mas faz também desaparecer o nosso medo de viver. Tanta gente por aí se escondendo e nós com esse sangue todo pulsando, com essa vida toda acontecendo.

Ainda bem.

Vamos ferver. No fim das contas meu querido, a verdade é que coisa morna não faz nem chá.

Fotossintese disse...

me identifiquei!

JAIRCLOPES disse...

Thi,
Teus textos atestam a tua intensidade, te cuida Guri!