sábado, 15 de novembro de 2008

Eu nunca beijei uma ruiva


Eu nunca beijei uma ruiva. Sou fascinado por elas.
Mas as ruivas naturais, genuínas. Elas têm um ar meio tímido, uma timidez dissimulada talvez. Um jeito de olhar de lado como quem tem tanto a dizer mas não diz. Esconde.
Eu gosto das ruivas. As sardinhas no rosto, os olhos grandes, o sorriso rasgado. Todas as ruivas que eu conheci tinham olhos grandes, sardas e um sorriso rasgado com lábios finos e gengivas à mostra. Adoro as ruivas.
Quando eu tinha 16 anos e estudava o primeiro ano do colegial tinha uma amiga que era ruiva. A típica ruiva. Se chamava Nathália, tinha o cabelo encaracolado e volumoso, sardas que se estendiam até o colo, lábios finos e sempre húmidos, um par de olhos castanhos imensos, peitos fartos e um total desinteresse sexual por mim.
Eu não era exatamente um cara atraente. Era bastante alto e magro, usava óculos de armação grossa na época em que a moda eram armações finas e discretas, tinha aparelho nos dentes, um topete bem anos cinquenta e algumas remanescências das espinhas que me atormentaram a vida uns dois anos antes.
Talvez eu não fosse um cara atraente, mas o desprezo com que a Nathália me tratava era entristecedor.
Minha auto-estima porém, sempre foi das melhores e por mais que ela se esquivasse a cada investida sexual que lhe dava, eu não desistia e buscava sempre novos meios, novas cantadas, novas abordagens.
É claro que não funcionou.
A última tentativa foi numa festa promovida pela turma da minha classe. Todas as sextas-feiras à noite nós cabulávamos aula, escolhíamos a casa de algum dos colegas e íamos pra lá equipados com garrafas de vodka, aparelhos de som, CDs de rock e reagge, algumas dúzias de laranjas e um frango.
As laranjas iam nas vodkas, os CDs no aparelho de som, os meninos nas meninas e o frango ia prum caldo grosso e bem temperado que o Bob sempre fazia pra arrebatar a bebedeira. Diziam que o caldo era muito bom. Eu nunca tomei. Não gosto de frango e depois de ter levado mais um fora da Nathália o que eu queria mesmo era ficar bêbado.

Tanto quanto eu era louco pra levá-la pra cama, ela era louca por um rapazinho meio playboy que também estudava conosco. Nathália se embebedou o suficiente pra superar a timidez das ruivas e criar coragem para tomar a iniciativa de arrebatar o playboy pra si. É claro que ela conseguiu. As ruivas sempre conseguem.
Playboy de sorte.

2 comentários:

Rond disse...

Ruivas, ruivas, também nunca beijei uma ruiva. E essa aí hein, ruivinha difícil.

Seu blog está favoritado entre os meus. ;)

Abraço!

Kethlin disse...

hahahahaha cá estou eu(no google), procurando cores e dicas de maquiagem para mim, quando leio parte desse post... fiquei curiosa e entrei aqui, rss adorei a observacao que colocou, mt detalhista vc! sou ruiva natural do jeito que vc descreveu aí... e sabe, parei pra deixar um comentario pois eu nunca tinha parado pra reparar nisso.. ahahahahha estou rindo sozinha.. rs meu namorado é igual vc... sempre foi apaixonado pelas ruivinhas... resultado: juntos mais de 5 anos,sendo 1 ano morando junto... se encontrar uma, agarre, rs pois nao eh mt facil hj em dia com tantas tintas no mercado, rssss

Beijosss