segunda-feira, 21 de outubro de 2013

De madrugada


Às vezes acordo de madrugada e me pego pensando nela. E perco o sono.
Penso em tudo o que poderia ter sido e não foi. Nos planos que meu romantismo precipitado começaram a traçar, as brincadeiras que a gente fazia, os segredos que compartilhávamos. Na efemeridade das coisas e sobre como tudo passou tão rápido quanto veio.

Às vezes eu acordo de madrugada e penso em mandar um email, pedir desculpas, chamar de volta, seduzir outra vez. Mas as coisas são como são e têm um tempo certo pra acontecer. Algumas histórias têm uma chance só. E então tudo muda tão rápido que fica impossível voltar atrás e tentar restabelecer o que era. Ou estabelecer algo novo.

Às vezes acordo de madrugada torcendo pra acordar de manhã e descobrir que o houve de errado foi um daqueles sonhos neuróticos que a gente tem quando se sente inseguro.

Às vezes eu acordo de madrugada e viro de lado, abraçando o travesseiro e tentando sentir nele algum resquício do perfume do cabelo dela.