Às vezes acordo de madrugada e me pego
pensando nela. E perco o sono.
Penso em tudo o que poderia ter sido e não
foi. Nos planos que meu romantismo precipitado começaram a traçar, as
brincadeiras que a gente fazia, os segredos que compartilhávamos. Na
efemeridade das coisas e sobre como tudo passou tão rápido quanto veio.
Às vezes eu acordo de madrugada e penso em
mandar um email, pedir desculpas, chamar de volta, seduzir outra vez. Mas as
coisas são como são e têm um tempo certo pra acontecer. Algumas histórias têm
uma chance só. E então tudo muda tão rápido que fica impossível voltar atrás e
tentar restabelecer o que era. Ou estabelecer algo novo.
Às vezes acordo de madrugada torcendo pra
acordar de manhã e descobrir que o houve de errado foi um daqueles sonhos neuróticos
que a gente tem quando se sente inseguro.
Às vezes eu acordo de madrugada e viro de
lado, abraçando o travesseiro e tentando sentir nele algum resquício do perfume
do cabelo dela.